segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Fly, blackbird

Vinha apressada, naquela fúria das 7 horas da manhã, correndo para não se atrasar, sem sorrisos.
Quantos não são assim na cidade grande? E, atualmente, até fora dessa.
Andava com aquele meio olhar; meio vendo por onde passava, meio vendo pra onde ia.
Algo chamou sua atenção no asfalto molhado, algo um tanto amarelo demais que destonava daquele cinza quase preto.
Ela parou quase em cima, torcendo para não assustar o pequeno pássaro, que deu voltas na sua frente antes de decidir pra qual lado ia.
Ela soltou uma risada divertida no meio daquela manhã nublada enquanto o pássaro amarelo voava para longe.
E quantos outros o fazem hoje em dia, num ato puramente instantâneo, uma única risada solitária e sincera?

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